19 de nov. de 2013

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Eduardo Alves da Costa

"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim,
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E como não dissemos nada
já não podemos dizer nada."

Tirem sua conclusões. Leia também o texto de Bertold Brecht, o título  O EGOCÊNTRICO

16 de nov. de 2013

LINDA CRIANÇA

De John Lennon para o seu filho Sean 

Fecha os olhos
Não tenhas medo.
O monstro foi embora;
Está fugindo e teu pai está aqui.
Linda, linda criança.

Diz uma oraçãozinha
Antes de adormecer.
Cada dia que passa, tudo
cada vez fica melhor.
Linda, linda criança.

Longe,
no oceano,
navegando continuamente...

Custa-me muito esperar
que chegues a ser grande,
mas imagino que nós dois
teríamos de ser pacientes.

Ainda resta um extenso caminho a percorrer,
e uma grande travessia nos aguarda.
Sim, ainda resta um extenso caminho a percorrer.
Mas, enquanto isso...

Pega em minha mão,
antes de atravessar a rua.
A vida é isto que acontece
enquanto estamos ocupados
em fazer novos planos.

Linda, linda criança.
Querido, querido Sean.

Sean Taro Ono Lennon  é o filho mais novo de John Lennon.

2 de nov. de 2013

O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO

Cada um tire suas conclusões após a leitura do Mito da Caverna de Platão.

O que Platão quis dizer com esse MITO? Por que as pessoas preferem o comodismo em vez da mudança? Por que o novo muitas vezes  incomoda? 

Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro.

Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali de costas para a entrada, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto um aos outros, apenas sombras dos outros e de si mesmos.
Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta.  A fresta faz com que as coisas que passam do lado de fora sejam projetadas no fundo da caverna. Estas pessoas tomam as sombras por realidade, tanto as sombras dos homens como das coisas fabricadas por eles.

Os prisioneiros se comunicam, dando nomes as coisas que julgam ver e imaginam que o que escutam são as vozes das próprias sombras.

Um dos prisioneiros inconformado com a condição que se encontra, decide abandonar a caverna.
De início avança em direção ao muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento. Sendo obrigado a decidir onde se encontra a realidade: no que vê agora ou nas sombras em que sempre viveu. Seu primeiro impulso é o de retornar à caverna, para livrar-se do espanto atraída pela escuridão que lhe aparece mais acolhedora. Aos poucos se habitua a e começa a ver o mundo e finalmente ver as próprias coisas que até então vira apenas sombras toma a difícil decisão de retornar a caverna para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.

Os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras tentam impedi-lo de falar não conseguindo silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os convinda a sair da caverna.

Certamente acabam por matá-lo. Alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidem sair da caverna rumo à realidade.